O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou nesta quinta-feira (6) que a comissão chega à etapa mais sensível do trabalho: a apuração do núcleo político envolvido no esquema de fraudes em descontos previdenciários que atingiu aposentados e pensionistas em todo o país.
Segundo o presidente, o grupo operacional criminoso já foi identificado, e agora a prioridade é revelar quem ofereceu sustentação política para que o esquema se mantivesse ao longo de diferentes governos.
“Já sabemos quem executava as operações e os depósitos. O núcleo criminoso operativo está mapeado. Agora queremos saber quem indicou essas pessoas e o que receberam em troca para permitir o roubo de aposentados”, afirmou Viana.
Depoimento de ex-ministro
O ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni foi ouvido pela CPMI do INSS nesta quinta-feira. Ele falou sobre a doação para a sua campanha de 2022 de R$ 60 mil do empresário Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios, entidade investigada por desvio de recursos de aposentados.
Onyx negou qualquer irregularidade, afirmou que as contas foram aprovadas pelo TRE-RS e disse nunca ter tido contato com o doador.
Durante o depoimento, o relator Alfredo Gaspar (União-AL) também questionou o ex-ministro sobre a atuação de seu filho, Pietro Lorenzoni, advogado de uma das entidades investigadas, e sobre a indicação de José Carlos Oliveira para o comando do Ministério da Previdência, o que Onyx negou ter relação política.
O ex-ministro ainda declarou não conhecer os principais acusados do esquema, como o “Careca do INSS” e Maurício Camisotti.
Aprovação de requerimentos
A CPMI do INSS aprovou mais de 150 requerimentos. Entre eles, o que pede a acareação entre o advogado Eli Cohen, um dos primeiros a denunciar as fraudes nos descontos indevidos de aposentados, e o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado como um dos principais articuladores do esquema.
Além da acareação, os parlamentares aprovaram pedidos de prisão preventiva de quatro investigados:
Rubens Oliveira Costa, economista já preso em flagrante em setembro;
Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB); e
Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho.
A comissão também solicitou à Justiça a retenção dos passaportes de todos os investigados com prisão requerida.
Foto: Agência Senado




