CPMI do INSS aprova mais de 80 requerimentos e avança nas investigações sobre roubo dos aposentados

A CPMI do INSS teve uma sessão bem movimentada na quinta-feira (2). Foram aprovados 88 requerimentos, incluindo convocações, quebras de sigilo e pedidos de informações sobre fraudes bilionárias que atingiram aposentados e pensionistas.

O destaque foi a aprovação da oitiva do empresário Maurício Camisotti, apontado como peça-chave no esquema de descontos ilegais. Preso desde setembro pela Polícia Federal, ele pode depor mesmo dentro da carceragem, caso o STF autorize.

Também foram convocados o ex-procurador do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, a esposa e a irmã dele, suspeitos de receber milhões de empresas ligadas ao “Careca do INSS”. Outro ex-servidor chamado a depor foi Jucimar Fonseca da Silva, que atuava nos pagamentos de benefícios.

A sessão foi marcada por debates acalorados. Dois requerimentos para ouvir Edson Claro Medeiros Júnior, ex-funcionário do “Careca do INSS”, foram rejeitados por 16 votos a 14.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reforçou que o objetivo é seguir o rastro do dinheiro desviado: “Estamos falando de um esquema bilionário que atingiu milhares de aposentados. A sociedade exige respostas”, disse.

Depoimento do ministro da CGU

A CPMI do INSS ouviu na mesma sessão o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho. Ele chamou atenção para o aumento dos descontos feitos em aposentadorias por meio de associações, especialmente nos anos de 2022 e 2023. Segundo ele, cresceu não só o número de entidades autorizadas pelo INSS a realizar os descontos, por meio de acordos de cooperação técnica, mas também os valores cobrados.

Para o presidente Carlos Viana, o depoimento do ministro mostra que "todos os mecanismos de proteção falharam. Os problemas acontecem desde 2016 e aumentaram depois e, por excesso de burocracia ou por questões políticas ou por falta do trabalho de controle, esse roubo aconteceu", concluiu.

Na próxima segunda-feira (6), a CPMI ouvirá o empresário Fernando Cavalcanti, apontado como sócio do advogado Nelson Wilians.

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