Segunda prisão por falso testemunho marca trabalhos da CPMI do INSS

O presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante pelo presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), durante a madrugada desta terça-feira (30), acusado de falso testemunho. Ele prestava depoimento sobre as suspeitas de fraudes nos descontos ilegais de aposentados e pensionistas.

Ao longo da oitiva, Lopes negou participação em irregularidades, disse desconhecer operações financeiras da entidade e tentou justificar movimentações milionárias envolvendo empresas e pessoas ligadas à Conafer. Parlamentares, no entanto, apontaram contradições, ocultação de informações e até casos de “ressuscitar mortos” para autorizar descontos. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), destacou que auditorias da CGU apontaram que 100% das amostras de autorizações analisadas eram irregulares.

Segundo Viana, o depoente mentiu repetidas vezes ao colegiado. “Ele mentiu deliberadamente à CPMI, tentando nos convencer de que tudo era legal. Mas o que vimos foi lavagem de dinheiro dos aposentados”, afirmou Viana.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) pediu a prisão, alegando que Lopes cometeu falso testemunho ao menos quatro vezes. Após pagar fiança de R$ 5 mil, o presidente da Conafer foi liberado.

O relator Alfredo Gaspar anunciou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal a prisão preventiva do depoente, diante do risco de fuga e de ocultação de valores. Essa foi a segunda prisão decretada pela CPMI do INSS por crime de falso testemunho desde o início dos trabalhos.

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

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