O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI do INSS, fez um desabafo na noite de segunda-feira (6), após o depoimento do empresário Fernando Cavalcanti, apontado pela Polícia Federal como um dos envolvidos no esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas. Cavalcanti optou por permanecer em silêncio, amparado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Viana afirmou que as constantes decisões judiciais impedem o avanço das investigações e representa “o retrato de um país em que quem tem poder se protege e quem tem razão continua esperando por justiça”. O senador destacou que o silêncio dos investigados contrasta com o sofrimento das vítimas, lembrando que muitos idosos perderam parte de seus benefícios enquanto os suspeitos ostentavam carros e bens de luxo.
Durante o discurso, o senador fez um apelo por justiça e por mudanças no sistema que, segundo ele, limita a atuação do Parlamento. “Não é o Parlamento que está falhando. É o sistema que está impedindo o Parlamento de agir. Um juiz sozinho não pode calar quase 600 parlamentares eleitos pelo povo”, afirmou.
Viana encerrou citando passagens bíblicas para reforçar sua mensagem de indignação contra a impunidade e em defesa dos aposentados, viúvas e órfãos prejudicados pelo esquema. “Nossa pátria está gravemente ferida pela corrupção e pela impunidade dos poderosos”, declarou.
O pronunciamento foi aplaudido por outros membros da comissão, que destacaram o tom firme e a representatividade das palavras do presidente da CPMI.
Foto: Agência Senado