A CPMI do INSS ouvirá, nesta quinta-feira (23), a partir das 9h,o ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, e a esposa dele, a empresária Thaisa Hoffmann Jonasson. Os dois são investigados por suposto envolvimento em um esquema de desvios e descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas.
As investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que Virgílio Filho teria recebido, por meio de empresas e contas bancárias ligadas à esposa, cerca de R$ 11,9 milhões de entidades e empresas associadas ao esquema. Ele foi afastado do cargo em abril, por decisão da Justiça Federal, no mesmo dia em que foi deflagrada a operação que apura fraudes na Previdência.
A empresária Thaisa Hoffmann, sócia da THJ Consultoria Ltda. e de outras empresas, deve ser questionada pelos parlamentares sobre as transações financeiras que teriam sustentado o desvio de recursos. Segundo a AGU e a Polícia Federal, empresas em nome de Thaisa teriam atuado na intermediação de pagamentos e movimentação de valores suspeitos, compondo o núcleo financeiro do esquema.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos–MG), afirmou que os depoimentos desta quinta-feira são estratégicos para esclarecer como funcionava o fluxo financeiro das fraudes e quem realmente se beneficiava dos descontos ilegais. “O ex-procurador-geral do INSS tinha o dever de proteger a instituição, mas as investigações indicam que ele pode ter se beneficiado do sistema que deveria fiscalizar. Isso é gravíssimo”, destacou Viana.
Os dois depoentes desta quinta-feira conseguiram habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para que possam ficar em silêncio naquilo que possam incriminá-los.
Foto: Agência Senado