Audiência na CCT expõe a necessidade de se buscar recursos para investimentos em pesquisas

A pedido do senador Carlos Viana (Podemos-MG), a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) realizou, nesta semana, uma audiência pública para debater investimentos públicos para manter e ampliar a pesquisa científica no país.

Os quatro reitores participantes defenderam mais recursos e a valorização não apenas das instituições federais de ensino, mas também de seus profissionais.

Na mesma linha, o presidente da CCT, senador Carlos Viana, apoiou o fortalecimento das pesquisas em ciência e tecnologia, patentes, desenvolvimento de sistemas e vacinas, por exemplo. Ele disse que vai levar à Comissão Mista de Orçamento (CMO) as sugestões e os pedidos dos reitores. Viana também leu várias perguntas enviadas por cidadãos à comissão pelo e-Cidadania.

Produção científica

A reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Regina Goulart Almeida, disse que 95% da pesquisa feita no Brasil está nas universidades públicas. Essa concentração também ocorre em outros países. A falta de maior apoio financeiro acarreta a “evasão de cérebros”, com cientistas brasileiros buscando cada vez mais melhores oportunidades no exterior.

“Onde se faz pesquisa, é necessário que haja recurso público”, afirmou a reitora.

Em 2022, de acordo com sua exposição, os cientistas no país publicaram 7,4% menos artigos do que em 2021, primeira queda desde 1996 e comparável à atual situação da Ucrânia. Ela defendeu que a pesquisa científica nacional precisa de investimentos contínuos e sustentados ao longo dos anos.“Nós sofremos muito nos últimos anos em termos de cortes orçamentários. O teto de gastos afetou diretamente a produção das universidades públicas e também das instituições públicas, um impacto direto”,  lamentou Sandra Regina.

Bolsas

O reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Roberto de Souza Rodrigues, informou que 70% dos estudantes das universidades federais têm renda inferior a dois salários mínimos. Com essa realidade, as universidades precisam de mais recursos públicos para investimentos que ajudem, também, na manutenção dos estudos de pessoas de baixa renda, como restaurantes universitários e moradias para estudantes. 

O reitor disse que, mesmo com poucos recursos e com dificuldades que se repetem ano a ano, uma das prioridades das universidades federais é manter o pagamento de bolsas de iniciação científica, em virtude da importância estratégica da pesquisa para o país.

Soberania nacional

O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega, defendeu a produção de conhecimento científico e de tecnologias como base para o desenvolvimento socioeconômico do país. 

Em sua avaliação, o papel das universidades públicas tem sido fundamental na produção de conhecimento básico e de conhecimento aplicado no Brasil, gerando mais independência para os indivíduos e mais autonomia para as instituições, fortalecendo a soberania nacional.

O  reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Júlio Heck, também participou da audiência.

Com informações da Agência Senado

Foto Agência Senado

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