A CPMI do INSS, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), ouviu nesta quinta-feira (28) a primeira testemunha do colegiado: a defensora pública Patrícia Bettin Chaves, coordenadora de Assuntos de Previdência Social da Defensoria Pública da União (DPU). A defensora explicou, com base nos atendimentos da Defensoria, como funcionava o esquema de fraudes que desviou bilhões de aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e 2024. Segundo ela, o golpe atingia principalmente idosos de baixa renda e moradores de comunidades remotas. Associações e sindicatos falsificavam assinaturas ou utilizavam gravações telefônicas, em alguns casos até com o uso de inteligência artificial, para inscrever milhares de segurados como associados, sem que eles soubessem. Os descontos, que variavam entre R$ 30 e R$ 90, eram feitos automaticamente na folha de pagamento do INSS. “A fraude ultrapassa governos, de direita ou de esquerda. Houve falta de controle, de transparência e de exigência de biometria. Isso foi se aperfeiçoando ao longo do tempo”, afirmou Patrícia Bettin, reforçando que muitos segurados sequer tinham conhecimento dos serviços supostamente contratados. O senador Carlos Viana, que conduziu a sessão, destacou a gravidade das denúncias e reafirmou o compromisso da CPMI em investigar a fundo o esquema que lesou milhões de